quinta-feira, 2 de julho de 2009

Irão e Ocidente medem forças


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O general Hassan Firouzabadi, chefe do Estado-Maior do Exército iraniano, afirmou nesta quarta-feira que a União Europeia (UE) interferiu nas eleições de 12 de Junho e por isso perdeu a legitimidade para negociar sobre o programa nuclear do país.

De acordo com a agência de notícias local Fars, citada pela EFE, o militar exige um pedido de desculpas por parte de Bruxelas caso a UE queira recuperar a posição de interlocutora na problemática.

O general afirma que «a UE perdeu a posição para manter um diálogo nuclear com o Irão devido à interferência dos seus membros nos distúrbios que se seguiram às eleições» Desta forma entende «que não devem participar nas negociações sem que antes se desculpem por esse enorme erro e sem que mostrem um arrependimento real».

Na sequência da polémica reeleição do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que gerou uma onda de protestos populares por todo o país, o Irão acusou ainda a comunidade internacional, em particular os Estados Unidos, a Alemanha, França e o Reino Unido, de estimularem os distúrbios para provocarem aquilo que chamam de uma «revolução de veludo».

Obama discute Irão e questão nuclear com russos e chineses

A Casa Branca, referida pela agência AFP, revelou, no mesmo dia, que a questão nuclear e a situação política iraniana ocuparão um lugar de destaque, na próxima semana, nas conversas que o presidente norte-americano, Barack Obama, vai ter com os dirigentes russos e com os chefes de Estado das potências mais industrializadas do G8.

Na cúpula do G8 em L'Aquila, na Itália, Barack Obama, também vai levar a cabo reuniões bilaterais com o presidente chinês, Hu Jintao.

Déjà vu na antiga Pérsia

Numa altura em que os jornalistas debandaram do Irão e numa fase onde escasseiam as noticias vindas do mesmo país, torna-se cada vez mais difícil de arriscar numa leitura dos acontecimentos que não caia em saco roto.

No entanto é certo que este braço de ferro que envolve a UE, os EUA, China, Rússia e Irão está ainda no início. Resta aguardar e, enquanto se espera, talvez não seja má ideia estudar a história recente destes mesmos intervenientes, no mesmo espaço, mas noutros tempos, para encontrar pistas sobre o que se segue.

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