terça-feira, 23 de junho de 2009

Censura, vigilância e jornalismo no Irão










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Irão usa sistema vendido pela Nokia Siemens Network que permite a monitorização das comunicações móveis.

Monitorização das comunicações

Segundo noticiou ontem a BBC News, a Nokia Siemens Network confirmou que em 2008 a “Iran Telecom” adquiriu um sistema denominado “Monitoring Centre”, que permite que as autoridades iranianas monitorizem as comunicações numa rede, incluindo chamadas de voz, mensagens de texto, mensagens instantâneas e o tráfego de internet.

Sistema presente em 150 países

Segundo um porta-voz da Nokia Siemens “os governos ocidentais, incluindo o Reino Unido, não permitem a construção de redes de comunicações que não possuam esta funcionalidade”. O sistema de monitorização da Nokia Siemens é comercializado em 150 países em todo o mundo onde a empresa de comunicações opera.

Censura no Irão

As comunicações no Irão são controladas pela empresa Iran Telecom. Após as eleições presidências, verificou-se um grande aumento na vigilância das comunicações nesse país.
Segundo a edição de ontem do “El País”, desde 16 de Junho os jornalistas estão proibidos de cobrir as manifestações.

Apenas podem comparecer em actos oficiais mediante um convite prévio. A comunidade jornalística presente no Irão tem liberdade de circular por toda a cidade mas não é permitido o uso de câmaras ou de gravadores.

Os vistos emitidos aos jornalistas para cobrir as eleições presidenciais têm uma validade de 10 dias, que habitualmente seriam renovados, mas o que se tem verificado é uma não renovação e a imprensa internacional tem abandonado a pouco e pouco o Irão.

Segundo declarações telefónicas de um jornalista iraniano ao jornal “El País”, “podemos cobrir as manifestações mas na realidade aqui não há jornalismo independente. Os meios de comunicação são estatais e tudo o que escrevemos ou filmamos passará pela censura”

Face a esta situação vivida no Irão, o Facebook, o Twitter e o You Tube tornaram-se ferramentas importantes de comunicação e uma forma de dar voz e imagens da revolta da população.

Segundo informação da associação Jornalistas Sem Fronteiras, desde as eleições presidenciais já foram presos no Irão 35 jornalistas e usuários da internet, convertendo este país na “primeira prisão do mundo para jornalistas”.

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