domingo, 4 de outubro de 2009

Recomenda-se: The Great Global Warming Swindle [2007]. Pede-se feedback aos leitores

DR

Ora aqui está um documentário elaborado pela Channel 4. Polémico sem dúvida mas com uma temática muito interessante.

Aborda e põe em causa o facto das emissões antropogénicas do gás de efeito de estufa, dióxido de carbono (CO2), serem ou não responsáveis pelas denominadas alterações climáticas e pelo fenómeno de aquecimento global.

Sobre este tema há mesmo muito para falar, debater e questionar: desde a base científica que prova ou não estas ocorrências; à identificação dos interesses económicos e políticos que estão subjacentes; ou se existe ou não uma censura e um descrédito de quem questiona os factos, dos cientistas em particular; etc..

Fica a sugestão para aqueles que independentemente de terem opinião formada ou não sobre este assunto, gostam de questionar os factos. Relembro que questionar e pôr em causa factos, é a base do método científico, não sendo nenhuma heresia questionar factos que nos são dados e apresentados como indiscutíveis.

The Great Global Warming Swindle (IMDB) dividido em partes e legendado em português. Boa sessão!
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3 comentários:

Ricardo S. Coelho disse...

Questinar teorias faz sentido, questionar factos não. Debater a ciência do aquecimento global faz sentido, juntar pseudo-cientistas num documentário a dizer mentiras que o cidadão comum não tem como destrinçar não.
O documentário contém erros inacreditáveis. Um dos cientistas citados processou o realizador por terem deturpado o que disse. Um gráfico apresentado relativamente à evolução das temperaturas foi manipulado e o realizador foi forçado a admiti-lo. Mas nem estes nem outros erros científicos foram corrigidos quando lançaram o filme em DVD. Isto é propaganda, não ciência.
Já no passado escrevi sobre isto, convido-o a ler:
http://www.ecoblogue.net/index.php?option=com_content&task=view&id=582&Itemid=6

Armando Alves disse...

Viva. Estou perfeitamente de acordo que se reduza a poluição emitida para a atmosfera, solos, rios e água. A redução da dependência dos combustíveis fósseis é urgente. A adopção de tecnologias e hábitos mais eficientes e limpos é imperativa. Resumidamente: desenvolvimento sustentável.

Mas porque faz sentido que o modelo de desenvolvimento seja assim. Limpo, eficiente, menos dependente da geopolítica energética e socialmente mais justo. Não é necessário incluir aquecimento global na equação, para ser favorável à mudança. Actualmente o aquecimento global tem as costas muito largas.

Em relação à ciência. Cientificamente é muito difícil de provar que o CO2 emitido antropogenicamente é o causador principal da elevação da temperatura média global das últimas décadas. Admito que o documentário contenha erros, não estou em posição de afirmar o contrário.

De facto o Sol, é o factor que mais influência o clima na Terra, através da sua intensidade e distância Terra-Sol. Sente-se na pele que o Sol tem menos intensidade no Porto do que no Algarve, que por sua vez tem menos intensidade que em Marrocos, que é menor comparativamente ao Equador. Porquê? Por causa da distância Terra-Sol e do ângulo de incidência dos raios solares na superfície terrestre.

Vejamos: a forma da órbita da Terra à volta do Sol não forma um círculo perfeito (será aproximada a uma elipse), possui a chamada excentricidade com um ciclo de aproximadamente 100.000 anos; outros fenómenos cíclicos como a inclinação do eixo da Terra (1,5 graus cada 41.000) anos e a precessão a cada 23.000 anos influem directamente no clima terrestre.

São fenómenos com grandes ciclos, muito maiores que a escala humana. Foram responsáveis por idades do gelo e por climas tropicais em locais da Terra onde hoje as condições climáticas são muito distintas.

Para se ser rigoroso, estamos em constantemente em Aquecimento Global ou em Arrefecimento Global, porque um gráfico da temperatura média superfície terrestre nunca será horizontal e paralela ao eixo do tempo (constante ao longo do tempo). No rigor, a temperatura num dado espaço de tempo ou está a aumentar ou a diminuir. Por isso é necessário ter cuidado com os termos e o seu significado.

Lembro que dos anos 1945 a 1976 a temperatura média global diminuiu. Foram 3 décadas a diminuir. Portanto antes de 45 havia aquecimento global, depois durante 30 anos houve arrefecimento global, a partir de 76 temos aquecimento global outra vez... fará então sentido usar estes termos? Não serão pouco precisos?

Não quero abrir uma discussão técnica, apenas pretendo ter um espírito aberto e continuar a viver o dia-a-a-dia com o máximo respeito e cuidado pelo meio-ambiente, reduzindo sempre que possível todos os tipos de poluição.

Li atentamente o texto que escreveu.
Um blogue que provavelmente já conhece e que considero ser interessante seguir é o

http://mitos-climaticos.blogspot.com/

Certamente as variações climáticas observadas actualmente farão parte de ciclos grandes onde os gases de efeito de estufa terão certamente o seu papel, mas este não será um papel exclusivo, como actualmente se tenta passar a mensagem.

As variáveis e as incertezas são enormes e muito muito difíceis de modelar com os modelos climáticos.

Agradeço o seu contributo,

Cumprimentos

AAA

Armando Alves disse...

Mais uma achega para demonstrar que existe um debate entre a comunidade científica e que não é tudo preto no branco.

É necessário actuar com ponderação, prevenção mas também aprofundar os conhecimentos e estar aberto outras possibilidades.

http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/8299079.stm